FELIPE AVILA, POR AUGUSTO DE CAMPOS
Músico, músico, músico.
É o que é Felipe Avila, guitarrista, violonista, compositor, devotado ao seu instrumento e aos sons que dele extrai. Eu o conheci ainda muito jovem, ao lado de Luiz Brasil, Cid Campos, Xico Carlos, Guelo e outros, integrando o “Sexo dos Anjos”, grupo instrumental que marcou época nos anos 80, tempos efervescentes do Lira Paulistana e das vanguardas da MPB de São Paulo.
O que me chamou a atenção desde logo em Felipe foi a sua inventividade, a sua abertura para o instrumental, patente em composições virtuosísticas onde as evoluções imprevistas do dedilhado da guitarra quebravam ritmos e descobriam modulações incomuns, na linhagem dos mais ousados inovadores do jazz e da música pop.
Premido pelas dificuldades, o grupo se dissolveu, porém cada qual, ao longo do tempo, foi desenvolvendo um trabalho independente, que dia a dia sobressai com mais nitidez. Felipe prosseguiu com atividades docentes e intervenções criativas, junto de músicos expressivos como Lelo e Zé Eduardo Nazário, com os quais lançou o belo CD “Percussônica”, uma festa de criatividade sonora.
Artista consumado, mestre de seu instrumento, grande incentivador da música instrumental, ele não mudou.
Músico, músico, músico.